A busca por experiências internacionais nunca esteve tão em alta, e as expectativas para o cenário de intercâmbio nos anos de 2025 e 2026 apontam para mudanças importantes tanto no perfil dos estudantes quanto no tipo de programa mais procurado. A tendência de intercâmbio, para além da escolha de destinos tradicionais, agora incorpora novas motivações, mercados emergentes e formatos inovadores que refletem o momento global da educação e do mercado de trabalho internacional.
Se você está planejando investir nessa experiência transformadora, acompanhar as tendências pode ser o diferencial para potencializar resultados pessoais e profissionais.
O crescimento robusto do mercado de intercâmbio
Os dados mais recentes evidenciam que o mercado de intercâmbio brasileiro está em expansão consistente. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio (Belta), houve um crescimento de 15% em 2024 em relação ao ano anterior, o que representa um incremento estimado de R$ 540 milhões movimentados em pacotes e programas de intercâmbio. Para 2025, a expectativa segue ainda mais otimista: as projeções apontam para um aumento de 17% no número de brasileiros embarcando em experiências internacionais.
Esse cenário favorável acontece mesmo diante de desafios econômicos globais, confirmando que a internacionalização dos estudos segue sendo vista como um diferencial estratégico no currículo e na formação pessoal. Entre os fatores que impulsionam esse crescimento estão a diversificação dos destinos, o aumento das oportunidades de trabalho conjugadas aos estudos, e a evolução do perfil do intercambista, que agora prefere realizar mais de um programa ao longo da vida, tornando o intercâmbio uma etapa recorrente da trajetória educacional e profissional.
Destinos em ascensão nas tendências de intercâmbio
Quando o assunto é tendência de intercâmbio, alguns países seguem líderes de preferência, mas há espaços crescentes para novos destinos. Segundo especialistas do setor, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Malta, Alemanha, Irlanda e Nova Zelândia despontam como escolhas estratégicas, cada qual oferecendo vantagens específicas para diferentes perfis de estudantes.
Os Estados Unidos continuam na liderança global graças à excelência acadêmica, ampla oferta de cursos e infraestrutura para acolher estrangeiros. Universidades renomadas como Harvard, MIT e Stanford atraem estudantes interessados em graduação, pós-graduação ou cursos de especialização em diferentes áreas. Além disso, o país conta com oportunidades de trabalho e estágios, o que eleva a experiência do intercambista para outro patamar ao incluir a vivência profissional internacional.
O Canadá, por sua vez, permanece entre os destinos mais buscados, especialmente por sua política amigável para estudantes internacionais, qualidade do ensino e a possibilidade de atuar profissionalmente durante o curso. Cidades como Toronto e Vancouver combinam diversidade cultural, segurança e infraestrutura moderna, além de oferecerem setores em franco crescimento como tecnologia, saúde e energia. De acordo com a Pesquisa Belta 2025, o Canadá ocupa o topo das preferências dos brasileiros em intercâmbio atualmente.
A Austrália e a Nova Zelândia crescem como opções para quem valoriza instituições de ensino reconhecidas internacionalmente, clima ameno, vida urbana vibrante e uma forte política de incentivo à entrada de estudantes de todas as partes do mundo. A possibilidade de trabalhar durante os estudos é um grande atrativo nessas nações, além do ambiente multicultural e das oportunidades em setores como tecnologia e sustentabilidade.
Outra tendência marcante é a procura por destinos alternativos e emergentes, como Malta e Alemanha. Malta, por exemplo, atrai estudantes que desejam aprender inglês na Europa com um investimento mais acessível, desfrutando de clima mediterrâneo e custo de vida moderado. A Alemanha avança como destino para quem busca excelência acadêmica com ênfase em tecnologia e pesquisa científica, somada à qualidade de vida europeia e importantes oportunidades de bolsas de estudo.
A Irlanda também mantém seu posto, principalmente devido à facilidade de conciliar estudo com trabalho e ao reconhecimento de Dublin como um polo tecnológico em ascensão, criando mais oportunidades para estudantes internacionais em busca de networking global e experiência na indústria de tecnologia.
Tabela: Destinos mais procurados pelos brasileiros para intercâmbio em 2024
País | % de estudantes brasileiros (2024) |
---|---|
Canadá | 31% |
EUA | 26% |
Reino Unido | 18% |
Austrália | 12% |
Irlanda | 8% |
Malta | 3% |
Outros | 2% |
Fonte: Adaptação dos dados da Pesquisa de Mercado Selo Belta 2025.
Mudanças no perfil do intercambista e nos formatos dos programas
Outra dimensão fundamental nas tendências de intercâmbio diz respeito ao próprio perfil do estudante brasileiro e aos tipos de programa mais demandados. Há uma mudança significativa em curso: se antes o intercâmbio era considerado uma experiência única, hoje vem sendo visto como parte de um processo contínuo de formação pessoal e profissional. Muitos estudantes optam por realizar mais de um intercâmbio ao longo da vida, buscando diferentes tipos de experiências e aprimoramento em novos contextos culturais e acadêmicos.
Os cursos de idiomas seguem liderando a preferência, com 91% das agências destacando essa modalidade como a mais vendida em 2024, principalmente focada no inglês como diferencial no mercado de trabalho. Os cursos de férias, bastante aderidos por adolescentes e jovens adultos, também se consolidaram como porta de entrada para outras modalidades de intercâmbio.
Porém, há forte avanço em programas que combinam estudo e trabalho. Esse modelo possibilita maior imersão cultural, experiência profissional internacional e uma estadia mais longa, além de contribuir para a sustentabilidade financeira do projeto. Com a valorização do inglês e de outras línguas estrangeiras, surgem ainda mais opções de cursos técnicos, especializações e intercâmbios voltados ao desenvolvimento de habilidades específicas para o século XXI, como STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), sustentabilidade e inovação digital.
Modalidades inovadoras: intercâmbio voluntário, esportivo e acadêmico
Entre as tendências de intercâmbio para 2025/2026, ganham destaque as modalidades inovadoras, como o intercâmbio voluntário, o intercâmbio esportivo e programas acadêmicos integrados com estágios profissionais. O voluntariado internacional permite uma aprendizagem profunda sobre causas sociais, ambientais e culturais, promovendo o desenvolvimento intercultural e possibilitando a construção de uma rede global de contatos.
Já o intercâmbio esportivo cresce impulsionado por grandes eventos globais, como a Copa do Mundo de 2026, que será realizada em três países (Estados Unidos, México e Canadá) e motivará muitos jovens brasileiros a buscarem programas de aprendizado do inglês/aprimoramento esportivo nas cidades-sede do evento. Além de trabalhar habilidades esportivas em alto rendimento, esse tipo de intercâmbio contribui para o desenvolvimento de soft skills como liderança, trabalho em equipe e resiliência.
A vivência acadêmica em universidades internacionais, com a possibilidade de estágio ou iniciação científica, também gera diferenciais importantes: além do diploma reconhecido internacionalmente, o estudante retorna ao Brasil com bagagem prática e um networking diferenciado, aumentando exponencialmente a empregabilidade.
Tabela: Tipos de intercâmbio em ascensão para 2025/2026
Tipo de Programa | Características Principais |
---|---|
Estudo + Trabalho | Cursos técnicos/universitários com permissão de trabalho |
Cursos de Idiomas Intensivos | Foco na fluência em curto espaço de tempo |
Intercâmbio Voluntário | Atuações em ONGs, projetos sociais ou iniciativas ambientais |
Intercâmbio Esportivo | Aprimoramento de modalides esportivas e vivência internacional |
Especializações e Pós-graduação | Programas acadêmicos de curta/média duração com estágio |
Fonte: Análise do segmento com base em CI Intercâmbio, HiBonjour e relatório Belta.
Tendências tecnológicas e sustentabilidade nos programas de intercâmbio
A transformação digital já impacta a maioria dos setores educacionais, e isso se reflete nas tendências de intercâmbio. Plataformas de matching entre estudantes e universidades, inteligência artificial no processo seletivo e currículos mais flexíveis facilitam o acesso a oportunidades personalizadas, aumentando as chances de encontrar o destino e o programa ideal alinhados ao perfil do aluno.
Outro ponto de destaque é a demanda crescente por intercâmbios sustentáveis. Os estudantes buscam opções que aliem aprendizado acadêmico à preocupação ambiental, como programas voltados para ciência do clima, economia verde e inovação social. Destinos que investem em sustentabilidade e qualidade de vida ganham força, como Canadá, Alemanha, Austrália e países nórdicos, todos reconhecidos por políticas públicas avançadas em meio ambiente e inclusão social.
Além disso, grandes empresas multinacionais identificam o intercâmbio como uma porta importante para a formação de talentos globais com consciência ambiental, multicultural e adaptabilidade tecnológica, o que impulsiona ainda mais a criação de novos formatos de estágio, trainee e pesquisas conjuntas que incluem experiências imersivas em vários países.
Oportunidades ligadas a eventos globais: intercâmbio e a Copa do Mundo 2026
A realização da Copa do Mundo de 2026 em três países norte-americanos cria dinâmicas interessantes no universo do intercâmbio, principalmente para estudantes interessados em esportes, idiomas e vivências culturais inéditas. Cidades como Toronto, Vancouver, Nova York e Cidade do México despontam não só pela estrutura para receber grandes delegações, mas também pela oferta ampliada de cursos e programas multitemáticos voltados para estudantes internacionais nesse período.
A previsão é de que as cidades-sede da Copa fortaleçam o intercâmbio linguístico e esportivo, aproveitando o movimento mundial de turistas, atletas e profissionais qualificados. As escolas e universidades dessas cidades já se preparam para lançar produtos exclusivos, inclusive com integração entre formação acadêmica, voluntariado e eventos esportivos, ampliando as oportunidades para quem quer fazer intercâmbio entre 2025 e 2026.
Conclusão
A tendência de intercâmbio para os próximos anos é de crescimento, sofisticação e maior personalização das experiências, tanto em relação aos destinos quanto às modalidades e objetivos dos programas. Seja por motivação acadêmica, profissional, pessoal ou esportiva, a experiência internacional assume papel central na construção de diferenciais competitivos, ampliando horizontes culturais, linguísticos e profissionais. Quem se antecipa às tendências, planeja com informações qualificadas e escolhe o caminho alinhado ao seu perfil, colhe resultados ainda mais transformadores nesta jornada global.