O sonho de estudar ou trabalhar fora do país atrai milhares de brasileiros todos os anos, mas uma das dúvidas mais comuns é sobre o valor do intercâmbio. Afinal, quanto custa realizar essa experiência internacional? O valor do intercâmbio pode variar bastante de acordo com destino, duração, tipo de programa e até mesmo pelo estilo de vida do estudante.
Neste blogpost, vamos detalhar os principais fatores que influenciam no custo de um intercâmbio em 2025, apresentar médias atualizadas e dicas para você planejar seu orçamento com mais segurança.
Principais fatores que influenciam o valor do intercâmbio
Para começar a entender o valor do intercâmbio, é preciso levar em conta que essa não é uma despesa única e fixa. Diversos fatores influenciam diretamente o preço final da experiência. O primeiro deles é o destino escolhido. Países como Canadá, África do Sul e Irlanda costumam apresentar preços mais acessíveis, enquanto destinos mais tradicionais e populares como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido geralmente custam mais caro devido à cotação da moeda e custos locais de vida.
Outro fator essencial é a duração do intercâmbio. Cursos mais curtos, de duas a quatro semanas, obviamente custam menos no total, mas o valor proporcional por semana costuma ser maior. Já programas mais longos, como de seis meses ou um ano, têm descontos progressivos e oferecem melhor custo-benefício na média semanal. Além disso, muitos países permitem o trabalho legal de estudantes apenas em programas com duração superior a três meses, o que pode ajudar a compensar parte dos gastos.
O tipo de intercâmbio também interfere fortemente no preço final. Cursos de idiomas tradicionais são geralmente mais acessíveis, enquanto programas de ensino superior, cursos técnicos/vocacionais, high school e opções au pair apresentam faixas de valores bastante diversas. Programas que permitem trabalhar no exterior, como “Work & Study” ou “Work and Travel”, podem sair mais em conta no balanço geral, já que o estudante pode ajudar a arcar com seus próprios custos durante a estadia.
Médias de preços de intercâmbio em 2025
Com tantos fatores envolvidos, é natural que os valores variem bastante. Em 2025, um intercâmbio tradicional de duas semanas de curso de inglês pode ser encontrado a partir de R$ 10.100 em destinos como Canadá e África do Sul. Para um mês de intercâmbio, o valor sobe para cerca de R$ 16.800 em média, com os destinos mais acessíveis sendo América Latina (para espanhol) e novamente Canadá e África do Sul. Pacotes de três meses chegam a R$ 28.900, enquanto o investimento em um programa semestral (seis meses) pode girar em torno de R$ 50.900, especialmente em países que permitem trabalho concomitante, como Irlanda.
Veja um comparativo de valores para diferentes destinos e durações:
Tipo | Duração | Valor Médio | Destinos Mais Baratos |
---|---|---|---|
Inglês | 2 semanas | R$ 10.100 | Canadá |
Inglês | 1 mês | R$ 16.800 | África do Sul, Canadá |
Inglês | 3 meses | R$ 28.900 | Canadá, África do Sul, Irlanda |
Inglês com trabalho | 6 meses | R$ 50.900 | Irlanda |
Espanhol | 1 mês | R$ 9.500 | Argentina |
Espanhol com trabalho | 6 meses | R$ 45.000 | Espanha |
High School | 6 meses | R$ 31.600 | EUA |
Au Pair | 6 meses | R$ 18.100 | EUA |
Esses valores normalmente incluem apenas o curso e taxas administrativas. Para ter uma noção do custo total, é preciso incluir passagem aérea, hospedagem, alimentação, seguro saúde, visto e gastos do dia a dia.
O impacto do custo de vida e das despesas extras
Muitos estudantes concentram suas pesquisas apenas nos valores dos cursos, mas o custo de vida do país de destino pode ser tão impactante quanto o valor do intercâmbio em si. Países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália têm custo de vida elevado, principalmente nas grandes cidades. Já destinos como Irlanda e África do Sul são conhecidos por oferecer bom equilíbrio entre ensino de qualidade e preços mais acessíveis no dia a dia.
Confira uma tabela aproximada do custo de vida mensal com hospedagem em alguns dos destinos mais procurados:
Destino | Curso (1 mês) | Gastos do Dia a Dia (1 mês) |
---|---|---|
Austrália | R$ 12.750 | R$ 6.900 |
Canadá | R$ 9.200 | R$ 6.000 |
Estados Unidos | R$ 12.150 | R$ 10.800 |
Irlanda | R$ 9.500 | R$ 4.500 |
Nova Zelândia | R$ 13.050 | R$ 4.500 |
Malta | R$ 9.700 | R$ 9.600 |
Além de moradia, é preciso colocar na ponta do lápis gastos como transporte local, alimentação, lazer, compra de material didático e eventuais viagens curtas para explorar a região. Para não ser pego de surpresa, reserve sempre um valor extra para imprevistos, como consultas médicas, emergências ou até mesmo adaptações à nova rotina.
Passagem aérea, visto e seguro: gastos fundamentais
Três custos são essenciais e quase obrigatórios para qualquer intercambista: passagem aérea, visto de estudante e seguro saúde internacional. A passagem ida e volta pode variar de acordo com o destino, época do ano e antecedência de compra. Em 2025, uma passagem para a Irlanda, por exemplo, custa entre €600 e €900 (R$ 3.300 a R$ 5.000, dependendo da cotação do euro). Para a América do Norte, valores semelhantes são encontrados, mas podem subir consideravelmente na alta temporada.
O visto de estudante pode ter valores simbólicos em alguns países, mas em outros os custos são mais altos, chegando a ultrapassar R$ 2.000. Já o seguro saúde internacional, obrigatório em todos os países para estudantes, tem preços que partem de R$ 700 para programas curtos e podem chegar a mais de R$ 2.500 em programas longos ou destinos como Estados Unidos e Austrália.
É importante ressaltar que a ausência desses itens pode inviabilizar a viagem, já que são exigências para entrada em praticamente todos os países e garantem a segurança do estudante no exterior.
Como economizar e viabilizar o intercâmbio
Apesar dos custos elevados, fazer um intercâmbio é um investimento que pode ser planejado e adaptado ao bolso de diferentes perfis. Uma das principais estratégias para baratear o valor do intercâmbio é planejar-se com antecedência, preferencialmente um ano antes da data pretendida. Isso permite aproveitar promoções de agências, comprar passagens aéreas com melhores preços e parcelar o investimento em até 24 vezes, dependendo da agência escolhida.
Optar por acomodações compartilhadas, economizar no transporte (com passes mensais ou bicicletas), escolher escolas de categorias mais econômicas e buscar destinos alternativos são formas de reduzir os custos. Outra dica é verificar se o país de destino permite o trabalho legal de estudantes: na Irlanda, por exemplo, o aluno pode trabalhar até 20 horas semanais durante o curso, o que traz uma renda extra capaz de custear parte das despesas.
Além disso, existem bolsas de estudo parciais ou integrais que cobrem o valor do curso, reduzindo significativamente o custo final. Organizações internacionais, universidades e algumas escolas oferecem programas de bolsas para diferentes perfis, ainda que normalmente despesas como passagem, alimentação e acomodação não estejam inclusas.
Por que investir em um intercâmbio, mesmo com os custos?
Por fim, vale destacar que o valor do intercâmbio, apesar de parecer alto, deve ser visto como um investimento de médio e longo prazo. O intercâmbio proporciona não só o domínio de um novo idioma, mas também amadurecimento pessoal, networking internacional, oportunidades acadêmicas e profissionais, além de uma vivência cultural única. Diversas pesquisas mostram que profissionais com experiência internacional têm salários maiores e ocupam cargos de destaque em suas áreas, o que pode compensar o investimento inicial em poucos anos de carreira.
A experiência também pode ser personalizada de acordo com os objetivos de cada estudante — seja para aprender uma nova língua, fazer parte do ensino médio no exterior, cursar faculdade, participar de programas de trabalho, adquirir experiência profissional, ou simplesmente viver uma imersão cultural.
Conclusão
O valor do intercâmbio depende de uma série de fatores que vão muito além do custo do curso em si. Destino, duração, tipo de programa, custo de vida, passagens, vistos, seguro, gastos extras e até mesmo o nível de planejamento do estudante influenciam no orçamento total. Ao se informar e planejar com antecedência, é possível encontrar alternativas que caibam no seu bolso, potencializando a experiência internacional e transformando o intercâmbio em um verdadeiro investimento para o futuro.